Um começo divino!
João começa seu evangelho de uma forma muito diferente da usada pelos outros três evangelistas. Mateus inicia o seu apresentando a genealogia e o nascimento de Jesus. Lucas, por sua vez, mostra de cara o nascimento de João Batista, passando depois ao de Jesus. Marcos parte do batismo de Jesus por João Batista. Os três, portanto, iniciam com a humanidade de Cristo e com a revelação da divina natureza. A ressurreição é um final surpreendente, entretanto pressagiado.
O evangelho de João, ao contrário, tem início com a natureza divina de Jesus. Ele conta a história da vida e o ministério de Jesus utilizando o benefício de sua compreensão tardia acerca do Cristo, vendo em cada palavra e ação de Jesus a palavra e a ação do próprio Deus. Assim, seu livro começa estabelecendo Jesus como o próprio Deus - ele existiu no princípio da mesma maneira que Deus. De fato, a frase "no princípio" é a mesma usada por Deus, em Gênesis 1. Ele estava com Deus; ele é Deus e é a Luz, a Vida e o Verbo. Sendo assim, seu evangelho conta a história de Jesus desta perspectiva: Deus desceu e viveu entre nós!
Quando João diz que Jesus é o verbo, usa outra analogia extremamente profunda e que o leitor moderno provavelmente não percebe. O verbo (o logos) era uma palavra muito amoldada, usada pelos filósofos gregos. Sócrates e Platão pensavam que o logos tornava possível todo o pensamento e a razão. O estoicismo (uma filosofia muito popular nos dias de Jesus) comparou o logos com a razão cósmica que guiava o universo. João, chamando Jesus de logos, está dizendo que ele é o último ser, o propósito de toda criação e aquele que torna o universo possível.
Não é irônico?
Como declarado no verso 3, todas as coisas vieram à existência por intermédio de Jesus. Essa Luz - esse último propósito, a meta do Universo - brilhou na escuridão; todavia, a escuridão não a compreendeu. Literalmente, a escuridão não a pôde pegar. Mais adiante, nos versos 9 a 11, a Luz Verdadeira mostra-se no mundo, no mesmo mundo feito por ele; contudo, ninguém a conheceu.
A grande ironia, a tragédia suprema, é disposta no verso 10: o mundo inteiro foi feito por ele e ele estava no mundo; todavia, ainda não o conheciam! Ele veio para os seus - um povo que ele mesmo havia escolhido, cuidadosamente ensinado e moldado durante séculos - e as pessoas não o receberam. A humanidade, tendo-se virado à escuridão, mostrava-se cega à Luz. O mundo tinha aceitado uma mentira, e estava impossibilitado de compreender a Verdade.
De certa forma, isso faz sentido. A escuridão é abolida pela luz, assim como para as trevas o ato de alcançar a luz seria algo autodestrutivo. As pessoas sentem necessidade de Deus, porque foram criadas para se relacionarem com ele. Somos iguais a um astronauta que, tendo cortado a própria linha de segurança, silenciosamente, distancia-se da nave, vagando cada vez para mais longe dela, numa sentença de morte.
Cristo vestiu um terno espacial e lançou-se fora, atrás de nós, no espaço aberto; porém, com a linha de segurança intacta. Ao se unir a nós em nossa situação, ele tornou-se algo que podemos conhecer, receber/captar. Tendo nos unido a Jesus, somos reconectados a Deus e, assim, somos salvos. João 1.12 diz: "Aos que o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus" (NVI). No grego, literalmente, para esses que o "pegaram". O apóstolo ainda deixou bem claro: "Aos que creram em seu nome". Como eles puderam o receber? Porque o verbo - que era inatingível, a suprema causa e a última razão, o próprio Deus - tornou-se carne e habitou entre nós. É suficiente "crermos no seu nome" ou acreditarmos e confiarmos que ele era e é o que reivindica ser.
Nós vimos sua glória.
O verso 14 realmente captura um milagre: "E o verbo fez-se carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai". O verbo, o logos da filosofia, é o Jesus da história. Ele tornou-se carne e sangue assim como você e eu. Todavia, isso não foi um esvaziamento total da sua natureza, porque eles viram sua glória, seu notável aparecimento e souberam que era o Filho de Deus. O Senhor entrou na história humana como um humano para devolver a humanidade no relacionamento com a divindade.
Pensamos, freqüentemente, no nascimento de Cristo como o clímax de um evento miraculoso. Porém, o milagre maior é ele estar vivo ainda hoje! Afinal de contas, Jesus ainda habita entre nós através do Espírito Santo e de seu corpo, a igreja.
O grande exegeta
João continua a explicar um pouco mais do que esse milagre realmente significa para nós. Diz que, devido à plenitude de Cristo, porque ele é completa e totalmente divino, temos recebido graça sobre graça. A Lei (que nos permitia ter algum conhecimento sobre Deus) foi dada por intermédio de Moisés, um ser humano; mas a graça e a verdade somente poderiam vir por Jesus - ele, sendo completamente divino, deixou-nos conhecer a Deus.
Ninguém viu Deus em qualquer tempo. Esta palavra, "viu", significa entender ou experimentar. Ninguém entendeu Deus; mas Jesus explicou e fez Deus ser conhecido. Isso recorda nosso estudo de três semanas atrás, em Colossenses, no qual Paulo chama Cristo de "a imagem do Deus invisível". O Senhor teve que adentrar em nosso mundo, pois nunca poderíamos adentrar no dele.
No seminário, ao estudarmos e pesquisarmos para entender melhor esta passagem, investigando os termos gregos e explorando o contexto histórico, dizemos que estamos fazendo uma "exegese2" do trecho. Tal palavra é a mesma que João usa aqui para descrever como Jesus explica Deus. Ninguém o viu, mas Jesus fez uma exegese de Deus para nós. Somente Cristo pode fazer uma exegese perfeita e completa de Deus! Ele não tem que estudar Deus, porque ele é o próprio! Definitivamente, tem as ilustrações de sermão muito mais frescas; e todos falam sobre elas durante 2000 anos!
A pequena criança de Belém
O nascimento de Cristo é mais que um nascimento virginal miraculoso; é mais que uma estrela divina, coros e visitações angelicais. Trata-se de uma alteração fundamental da relação entre a Criação e o Criador. É o Emanuel, o Deus conosco, que nos torna possível conhecer Deus.
Não é irônico?
Como declarado no verso 3, todas as coisas vieram à existência por intermédio de Jesus. Essa Luz - esse último propósito, a meta do Universo - brilhou na escuridão; todavia, a escuridão não a compreendeu. Literalmente, a escuridão não a pôde pegar. Mais adiante, nos versos 9 a 11, a Luz Verdadeira mostra-se no mundo, no mesmo mundo feito por ele; contudo, ninguém a conheceu.
A grande ironia, a tragédia suprema, é disposta no verso 10: o mundo inteiro foi feito por ele e ele estava no mundo; todavia, ainda não o conheciam! Ele veio para os seus - um povo que ele mesmo havia escolhido, cuidadosamente ensinado e moldado durante séculos - e as pessoas não o receberam. A humanidade, tendo-se virado à escuridão, mostrava-se cega à Luz. O mundo tinha aceitado uma mentira, e estava impossibilitado de compreender a Verdade.
De certa forma, isso faz sentido. A escuridão é abolida pela luz, assim como para as trevas o ato de alcançar a luz seria algo autodestrutivo. As pessoas sentem necessidade de Deus, porque foram criadas para se relacionarem com ele. Somos iguais a um astronauta que, tendo cortado a própria linha de segurança, silenciosamente, distancia-se da nave, vagando cada vez para mais longe dela, numa sentença de morte.
Cristo vestiu um terno espacial e lançou-se fora, atrás de nós, no espaço aberto; porém, com a linha de segurança intacta. Ao se unir a nós em nossa situação, ele tornou-se algo que podemos conhecer, receber/captar. Tendo nos unido a Jesus, somos reconectados a Deus e, assim, somos salvos. João 1.12 diz: "Aos que o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus" (NVI). No grego, literalmente, para esses que o "pegaram". O apóstolo ainda deixou bem claro: "Aos que creram em seu nome". Como eles puderam o receber? Porque o verbo - que era inatingível, a suprema causa e a última razão, o próprio Deus - tornou-se carne e habitou entre nós. É suficiente "crermos no seu nome" ou acreditarmos e confiarmos que ele era e é o que reivindica ser.
Nós vimos sua glória.
O verso 14 realmente captura um milagre: "E o verbo fez-se carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai". O verbo, o logos da filosofia, é o Jesus da história. Ele tornou-se carne e sangue assim como você e eu. Todavia, isso não foi um esvaziamento total da sua natureza, porque eles viram sua glória, seu notável aparecimento e souberam que era o Filho de Deus. O Senhor entrou na história humana como um humano para devolver a humanidade no relacionamento com a divindade.
Pensamos, freqüentemente, no nascimento de Cristo como o clímax de um evento miraculoso. Porém, o milagre maior é ele estar vivo ainda hoje! Afinal de contas, Jesus ainda habita entre nós através do Espírito Santo e de seu corpo, a igreja.
O grande exegeta
João continua a explicar um pouco mais do que esse milagre realmente significa para nós. Diz que, devido à plenitude de Cristo, porque ele é completa e totalmente divino, temos recebido graça sobre graça. A Lei (que nos permitia ter algum conhecimento sobre Deus) foi dada por intermédio de Moisés, um ser humano; mas a graça e a verdade somente poderiam vir por Jesus - ele, sendo completamente divino, deixou-nos conhecer a Deus.
Ninguém viu Deus em qualquer tempo. Esta palavra, "viu", significa entender ou experimentar. Ninguém entendeu Deus; mas Jesus explicou e fez Deus ser conhecido. Isso recorda nosso estudo de três semanas atrás, em Colossenses, no qual Paulo chama Cristo de "a imagem do Deus invisível". O Senhor teve que adentrar em nosso mundo, pois nunca poderíamos adentrar no dele.
No seminário, ao estudarmos e pesquisarmos para entender melhor esta passagem, investigando os termos gregos e explorando o contexto histórico, dizemos que estamos fazendo uma "exegese2" do trecho. Tal palavra é a mesma que João usa aqui para descrever como Jesus explica Deus. Ninguém o viu, mas Jesus fez uma exegese de Deus para nós. Somente Cristo pode fazer uma exegese perfeita e completa de Deus! Ele não tem que estudar Deus, porque ele é o próprio! Definitivamente, tem as ilustrações de sermão muito mais frescas; e todos falam sobre elas durante 2000 anos!
A pequena criança de Belém
O nascimento de Cristo é mais que um nascimento virginal miraculoso; é mais que uma estrela divina, coros e visitações angelicais. Trata-se de uma alteração fundamental da relação entre a Criação e o Criador. É o Emanuel, o Deus conosco, que nos torna possível conhecer Deus.