JESUS DE NAZARÉ

sexta-feira, 6 de julho de 2012

IGREJA ENTUSIASMADA COM A DESCOBERTA DA 'PARTÍCULA DE DEUS'


'A notícia do L’Osservatore Romano surgiu na edição com data desta quinta-feira, publicada em Roma na quarta à tarde, reagindo desta forma ao anúncio do Laboratório Europeu de Física de partículas (CERN), feito nessa manhã em Genebra (Suíça). O jornal acrescentava: “Standing ovation [ovação de pé]. A notícia é oficial: o bosão de Higgs, que explicaria por que é que todas as coisas do Universo têm uma massa, existe.” O jornal referia ainda que Higgs “não conseguiu reter as lágrimas” quando uma responsável do CERN explicou a experiência que tinha sido realizada. “Alcançámos um marco fundamental na compreensão da natureza”, afirmou o director-geral do CERN, Rolf Heur, citado pelo jornal da Santa Sé. O bosão de Higgs, por vezes referido como “partícula de Deus”, é a partícula subatómica que confere a massa às outras partículas elementares, como os protões e os electrões. 

Entusiasmo foi também a palavra escolhida pelo director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) da Igreja Católica em Portugal, padre José Tolentino Mendonça. Em declarações à RTP, citadas no sítio do SNPC na Internet, este responsável afirmou: “Tudo o que é a procura da verdade interessa muito aos crentes e à Igreja.”  Dizendo que a Igreja Católica “acompanha com natural entusiasmo” a investigação sobre o bosão de Higgs, Tolentino Mendonça acrescentou que o catolicismo manifesta um “respeito muito grande pela autonomia da ciência e pelas suas metodologias específicas, claramente distintas da busca da fé”.  O padre e poeta, que é também consultor do Conselho Pontifício da Cultura, disse ainda que não receia que as descobertas da física contrariem a fé: “Chamar ‘partícula de Deus’ ao bosão de Higgs é uma metáfora. As partículas de Deus são de outra natureza. É muito importante percebermos que são campos muito diferentes”, embora façam parte “da mesma experiência humana”, afirmou, de acordo com a mesma fonte.  

O autor de A Leitura Infinita, sobre a interpretação da Bíblia, acrescentou que “a ciência não constitui uma ameaça à fé”, dizendo que há um “impulso que Deus coloca no coração de cada homem, que é uma grande sede de conhecimento, de razão e de verdade”. E acrescentou que mesmo que todos os mistérios das diversas áreas científicas estejam explicados, “o homem continuaria a ser um enigma para ele mesmo”. Apesar de vários conflitos entre a Igreja institucional e a investigação científica – entre os quais a condenação de Galileu pela Inquisição foi o mais notório –, o Vaticano tem dedicado muita atenção à investigação científica. No campo da astronomia, por exemplo, o Observatório Astronómico do Vaticano é um dos mais antigos do mundo. E em Portugal, o padre jesuíta Luís Archer, que morreu no ano passado, foi o introdutor da investigação em genética'. (António Marujo, Público)

JOGAR COM O PRÓPRIO DEUS...



Conta-se que havia um santo que andava de terra em terra a falar do Reino de Deus. As suas palavras impregnadas de fervor e fé cativavam as multidões que o procuravam por onde quer que ele andasse. Repetia as parábolas dos Evangelhos com uma frescura, ternura e alegria que nem pareciam as histórias abundantemente e, às vezes, maçadoramente escutadas nas missas e na catequese. No entanto, o que mais chamava a atenção a toda a gente não eram as sábias, profundas e até divertidas palavras do santo ao referir-se a Deus, mas o seu relacionamento carinhoso e bem-humorado com as pessoas, em especial com as crianças. Chamava-as com um sorriso e brincava com todas de forma tão saudável e criativa que provocava sonoras gargalhadas que se ouviam por todas as redondezas. Era especialista em fazer umas habilidades circenses para divertir a pequenada que em todos desencadeava curiosidade, admiração e muita alegria e entusiasmo.


Um dia, um rapazinho chamou a atenção do santo, pois olhava-o na praça desde a janelinha da sua casa, mas, pelos vistos não se atrevia a ir ter com ele. O santo, intrigado e desconfiado, foi ter com ele e, com um sorriso no rosto, meteu conversa. A mãe do miúdo apareceu logo e, feliz da vida, disse ao filhote que podia falar com o santo. O santo logo lhe pôs a mão no ombro e perguntou-lhe o que queria fazer. O miúdo, conhecedor da reconhecida e famosa santidade do homem retorquiu questionando-o se não deveria ser ele a dizer o que deviam fazer. Então, o santo, admirado com a perspicácia do miúdo, questionou-o se queria jogar e brincar com Deus. O rapazinho estava baralhado. O santo em vez de o convidar a rezar, refletir na Palavra de Deus ou meditar na vida, tinha-o convidado a brincar e jogar com o Senhor. O Santo continuou, dizendo-lhe que se se conseguir jogar com Deus, far-se-á a coisa mais bela do mundo pois Ele gosta da nossa espontaneidade e ingenuidade que só as crianças sabem ter de forma saudável e pura.


Todos imaginam um Deus sério e imensamente aborrecido e antipático e com quem somente nos devemos relacionar em oração formal e com um rosto seráfico e devoto. Na verdade, rezar é convidar Deus a fazer parte do nosso quotidiano, das nossas vidas concretas e reais, é fazer d’Ele nosso companheiro de caminhada e também dos nossos jogos e brincadeiras, pois Ele tem bom humor. É um colega de jogo fora de série! E lá foram os dois jogar vários jogos ao ar livre, juntando-se a mais um punhado de miudagem, cujo entusiasmo e gargalhadas eram o sinal inequívoco de que Deus estava ali a brincar com eles, pois onde estiverem dois ou três a brincar e a jogar com amor, ali estará Deus.