JESUS DE NAZARÉ

sexta-feira, 6 de julho de 2012

JOGAR COM O PRÓPRIO DEUS...



Conta-se que havia um santo que andava de terra em terra a falar do Reino de Deus. As suas palavras impregnadas de fervor e fé cativavam as multidões que o procuravam por onde quer que ele andasse. Repetia as parábolas dos Evangelhos com uma frescura, ternura e alegria que nem pareciam as histórias abundantemente e, às vezes, maçadoramente escutadas nas missas e na catequese. No entanto, o que mais chamava a atenção a toda a gente não eram as sábias, profundas e até divertidas palavras do santo ao referir-se a Deus, mas o seu relacionamento carinhoso e bem-humorado com as pessoas, em especial com as crianças. Chamava-as com um sorriso e brincava com todas de forma tão saudável e criativa que provocava sonoras gargalhadas que se ouviam por todas as redondezas. Era especialista em fazer umas habilidades circenses para divertir a pequenada que em todos desencadeava curiosidade, admiração e muita alegria e entusiasmo.


Um dia, um rapazinho chamou a atenção do santo, pois olhava-o na praça desde a janelinha da sua casa, mas, pelos vistos não se atrevia a ir ter com ele. O santo, intrigado e desconfiado, foi ter com ele e, com um sorriso no rosto, meteu conversa. A mãe do miúdo apareceu logo e, feliz da vida, disse ao filhote que podia falar com o santo. O santo logo lhe pôs a mão no ombro e perguntou-lhe o que queria fazer. O miúdo, conhecedor da reconhecida e famosa santidade do homem retorquiu questionando-o se não deveria ser ele a dizer o que deviam fazer. Então, o santo, admirado com a perspicácia do miúdo, questionou-o se queria jogar e brincar com Deus. O rapazinho estava baralhado. O santo em vez de o convidar a rezar, refletir na Palavra de Deus ou meditar na vida, tinha-o convidado a brincar e jogar com o Senhor. O Santo continuou, dizendo-lhe que se se conseguir jogar com Deus, far-se-á a coisa mais bela do mundo pois Ele gosta da nossa espontaneidade e ingenuidade que só as crianças sabem ter de forma saudável e pura.


Todos imaginam um Deus sério e imensamente aborrecido e antipático e com quem somente nos devemos relacionar em oração formal e com um rosto seráfico e devoto. Na verdade, rezar é convidar Deus a fazer parte do nosso quotidiano, das nossas vidas concretas e reais, é fazer d’Ele nosso companheiro de caminhada e também dos nossos jogos e brincadeiras, pois Ele tem bom humor. É um colega de jogo fora de série! E lá foram os dois jogar vários jogos ao ar livre, juntando-se a mais um punhado de miudagem, cujo entusiasmo e gargalhadas eram o sinal inequívoco de que Deus estava ali a brincar com eles, pois onde estiverem dois ou três a brincar e a jogar com amor, ali estará Deus.

Sem comentários:

Enviar um comentário